quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Entre Parênteses

A brisa está fria,
Alguém passou por lá,
Com pés de veludo,
E odores entrelaçados.

A estrela do prédio alto,
Cinzento e fosco.
Onde moram crianças reformadas,
E gatos pardos.
A cidade está coberta de loucura,
É noite de teatro,
A mente humana desventura,
Nasce um pai num infeliz parto.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Coimbra das minhas córneas

Sentado na varanda glaciar,
Gelam-se as patelas e os metacarpos,
Ergue-se o nevoeiro ao luar,
Agitam-se as bandeiras, balançam-se os barcos.

Os hotéis desocupados,
transpiram em vermelho,
Espetam ferros em velhos estrados,
Reside o pó no velho espelho.

Novas águas deste Mondego
Velhas águas te serviram para amar,
Cansado te peço meu arrego,
E ás pontes, que nunca sirvam de lupanar.