sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tenho o que não guardei

Meu ter em mim,
Serás tu assim,
Que me vê,
E sente,
Que crê,
E não mente.

Vejo por baixo da tua cabeça,
Uma vontade!
Que não há quem mereça,
Essa tua ruindade.

Se te tornas,
E te voltas,
Em águas mornas,
E pedras soltas.
Dir-te-ei,
Porque não entrei
E o que te deixei,
Quando por ti passei.


terça-feira, 18 de maio de 2010

Origem

A dor que no poeta não é sentida,
é a dor que de todo é fingida.
O coração não é transcrito,
mas não é por isso que minto.
Os meus pensamentos voam,
como pessoas que me magoam.
É uma dor instável,
e ao mesmo tempo amável.

Quando na rua passo…
sinto o tal embaraço,
dos leitores não compreenderem,
o que para o papel passo.
A minha poesia transmite
a alma de um pedinte.
O meu coração bate forte,
como se existisse morte.


terça-feira, 11 de maio de 2010

Noites Irreais

Longas noites sem sono.
Onde vivo a loucura do presente,
Como um sonho sem dono.

Aqui quem manda é a irrealidade.
Em que todos submetem à mentira,
E põem de parte a verdade.

Penetram-me todos os temporais,
Todas as vivências!
As pessoas inspiram e expiram,
Bem quente, para cima de mim.
Doentes! Sem saberem onde estão.
É aí que acordo, inspiro e penso.
Já um pouco nervoso e tenso…
Levanto a mão...
Para alcançar,
A forma certa de me acalmar.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Quero ser

Quero tudo a menos;
quero mais;
sem o ser;
quero viver;
sem ter;
a alma pesada;
a perna agitada;
e a sombra na calçada;
quero rastejar;
como uma cobra;
no deserto;
quero ficar de tudo longe;
e da minha felicidade perto;
quero ser Eu;
Eu no passado;
sem ser o mesmo trocado;
o embriagado,
quero ser Eu.
Eu:
Feliz,Sorridente,
alegre, Independente.
Quero vaguear na minha mente,
para ela dizer que sou somente
mais um Ser do Presente,
quero ir,
cair e fluir;
sofrer para sentir,
desejar tudo!
do nada se faz,
só em paz.
Ficava,
Amava,
Gostava.
Não implicava,
corrigia por fatia,
sem dividir o preço,
não é isto que mereço.
que parte de mim Eu desconheço?
Que sono babado,
que Homem acordado
Sou Eu?
Onde?
no cume do meu mal?
a mim já nada me surpreende,
no Homem tudo se vende,
já nada é irreal.


sábado, 8 de maio de 2010

Na madrugada embriagada

Diz não mentir,
Eu sou Eu a fingir,
que te remete,
e mete na fome,
que se repete,
e que não come.

Sou eu num estado,
Completamente alcoolizado,
Vou vender-me no mercado.

Sou eu a falar para mim,
Sou a escrever sim.
Contigo sou mais do que Tu,
Contigo vejo a olho nu.
Tudo o que és,
e o que finges ser,
Sou Eu;
Numa noite em que não parecia,
Ela na minha cara se ria,
Eu inconsciente a fazer magia
E ela em casa, pornografia.
Foi daí que pensei,
O que não devia.
Que andava a pensar,
no que não queria.
No que Eu tinha para te dar,
e atrás já se via,
Que prometi nunca mais te amar.

É assim,
A noite tem um fim,
E a vida um começo,
Eu sou assim,
Não me vendo, Não tenho preço.
Sou Eu sempre sem alterações,
Sou Eu,
Que não mudas nas definições,
Sou Eu,
Que tu vês fazer figuras,
Sou Eu,
Quem já não vai nas tuas pinturas.


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Os Pássaros da minha Vila

Já não são os trovões,
Nem os gritos
às Quartas-feiras dos feirantes,
São sim, o cantar dos pássaros,
Que tornam meus dias,
Dias interessantes.

São os pássaros que me acordam,
Em qualquer manhã,
Em qualquer tarde,
São eles que me fazem ver,
Como o Sol arde.

Ao acordar,
Vou à janela espreitar.
Lá estão eles!
No mesmo lugar,
Com o mesmo brilhar,
À espera que o céu se abra,
Para poderem livremente voar.

E eles voam, voam
Para sítios que desconheço,
Um dia voo com eles,
Para ver se de tudo me esqueço.


quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sei que Pensei

O pensamento que me seduz,
Onde foi que o pus?
Procurei,
E não encontrei,
se calhar nunca existiu,
se calhar nunca o pensei.
Mas eu senti algo na minha cabeça,
Um leve batimento,
Uma certeza.
Um pensamento.

Tenho a certeza que o pensei,
E que me seduziu,
Quando tento procura-lo,
Sinto que fugiu.
Eu sei que ele aqui entrou,
Não sei o que me deixou,
Eu sei,
Eu sei que pensei.
Sei que não foi em vão,
Sei que passou com alguma intenção.
Vou descobrir-te,
Na margem do meu sonho,
Na ponte do meu abrigo,
Desta vez vou querer ficar contigo.


quarta-feira, 5 de maio de 2010

A peça perfeita do teu lar

Tenho escrito no teu chão,
A palavra:Não.
Onde estou,
A palavra: Sou.
Na tua imagem,
A palavra: Personagem.
No teu mal,
A palavra: Principal.


Já não vou na conversa.

Dessa tua peça.


terça-feira, 4 de maio de 2010

Encontrei-te outra vez

Passas por mim,
Finjo que sim,
Falo-te em português,
E tu em mandarim.

É tão bom sorrir assim.
Como teus lábios estão feridos,
Estão despidos.
Gretados,
Esses teus lábios encarnados.

Esse vento frio dá cabo de ti.
Deixa-me de ti tratar,
Teus lábios acariciar,
O teu cabelo amaciar,
E em ti saborear,
O meu verdadeiro mar.
Prometo que não vou dar,
Um passo falso por te amar.
Vou por ti esperar.
Vem a andar
ou a nadar.
Em mim vou-me afogar,
Se deixares a minha porta fechar.


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ignorem

Para quem não gosta,
E diz que isto é treta,
Para mim são gosma!
Não cabem na gaveta.

Para aquelas pessoas da intriga,
Que criticam por criticar,
Que estão só por estar,
Que só andam se alguém andar.
Que não sabe ver e opinar.
A essas pessoas só tenho a dizer,
Preocupem-se em fazer!
Em criar, em produzir!
Que a vida não é sempre a sorrir.

Para quem diz que sou um embriagado,
Nas noites do Passado,
É verdade, tenho estado.
Mas anda tudo muito enganado,
Com a vossa opinião,
não fico Eu preocupado.

Para quem diz que isto é atroz,
Desejo-vos felicidades,
E espero que fiquem sós.

Sós na solidão,
Sem ver o sol,
Nem o trovão.

Para quem diz que às vezes sou ruim,
É verdade sim,
Eu às vezes sou melhor,
No meu pior.
Mas apenas na injustiça,
Na falsidade e na mentira.

Para quem quer a verdade saber;
Eu sou um amante do exagero,
Da loucura e do sentimento,
Quando sinto, sinto.
Digo a verdade, não minto.
Não sou um que se esconde,
Sem dizer o que é,
Ganhem coragem,
E quando vos apontarem,
Metam-se de pé.
Assumam, admitam
O que fazem e o que são,
Se assim o fizerem,
Nada vos apontarão.
Se vocês mostrarem a todos o que são,
Não vos criticarão,
nas costas,
Nem dizer que daquele não gostas.
É assim esta sociedade,
Muito fraca de mentalidade.
Se nós nos importarmos com alguma coisa,
Alguma situação, vivência, aspecto.
Se essa coisa nos faz
sentir mal e constrangidos,
Essa coisa é levada
para lá dos nossos sentidos.
Essa coisa é levada até ao fim.
No massacre, no acrescento, na falsidade.
É levada com um fim
de magoar com crueldade.
Se não nos importarmos,
Essa coisa acaba ali.
Amanhã ninguém comenta,
Já não vai ser assunto,
para essa gente barrenta.


sábado, 1 de maio de 2010

A Nossa Nação

Há uma coisa que me faz tanto mal,
Dizer mal do que é Nacional,
Desprezar.
Se nós formos ao estrangeiro comprar,
O nosso País estamos a piorar.
Temos que nos ajudar.
Ajudar a Nação,
Com esforço e dedicação.

Eu sei que por vezes lá fora é mais barato,
É a realidade, é um facto.
E estamos em altura de pensarmos em Nós,
Nos nossos Pais, Tios e Avós.
E não no País.
Que escraviza a nossa raiz.
Eu sei!

Só gostava é que não
se criticasse tanto,
Pois ouvir dizer mal
de Nós não é meu espanto.
Não vamos mais obrigar,
Que as marcas portuguesas,
O seu nome tenham de mudar,
Para lá fora alguém poder comprar.
Vamos massificar,
Esta Nação, esta Pátria.
Vamos lutar por Portugal,
Numa altura que está tudo mal.
Vamos unir-nos e vencer!
Como os nossos antepassados.
Ter força, ser astuto e crer.
Não vamos estar mais parados.
Vamos para frente Portugal!
Orgulhar o que é Nacional!